Data: 17 de dezembro de 2005
Sou muito lúcido, racional, equilibrado, metódico, e tenho uma vida monótona e entediante, o que me faz ter uma grande sede de aventura e muita ousadia. Jung tornou o ditado “os opostos se atraem” uma proposição da Psicologia Analítica, que me explica bem: tendo a me apaixonar por (mas não apenas) mulheres doidas e absurdas, pois me divertem, fazem rir – inclusive delas – e sonhar, quebram minha rotina até radicalmente, me enchem de vida e testam minhas racionalidade e lucidez ao limite; sei que isso pode ser muito perigoso, mas, nesse caso, o risco só me atrai mais. Assim, alguns dos (talvez os) melhores momentos da minha vida foram propiciados por essas mulheres.
Porém, é difícil definir o que significa uma mulher ser “doida” para mim. Não é ser liberal, emancipada, beber, fumar, transar por prazer, tomar iniciativa com os homens, etc – e não me intimido com esse tipo de mulher. Com certeza, é ser muito ousada, inconformista, corajosa, audaciosa, aventureira, atrevida, pró-ativa e competente para viver com criatividade e energia. Talvez seja ser psicologicamente complexa, o que requer certa inteligência e cultura para expressar e elaborar tal complexidade. E, é claro, não é ser “doida” no sentido literal, patológico, de ser psicologicamente desequilibrada, embora estabelecer esta linha divisória seja o grande problema, já a ultrapassei uma vez e paguei caro.
Confirmando aquele ditado, essas mulheres – mas não só elas – tendem a se atraírem, se apaixonarem por mim, talvez por precisarem das minhas racionalidade, lucidez e capacidade de compreendê-las.